Tenho uma longa história com os jogos mobile. Trabalhei na indústria por cerca de 10 anos e vi, basicamente, eles nascerem. Com Call of Duty Mobile posso dizer que este é, provavelmente, o melhor game de tiro competitivo em primeira pessoa já feito para a plataforma.
Desenvolvido pela Timi (responsável por PUBG Mobile) e publicado pela gigante Tencent, esta é uma genuína experiência Call of Duty na palma das mãos. O visual é incrível (joguei em um iPhone 8 Plus) e pouco deve aos títulos de PS3 e Xbox 360. Mas prepare-se para salvar um bocado de espaço, afinal o aplicativo pesa quase 1.5 GB.
A princípio temos disponível o clássico modo de combate entre equipes de 5 contra 5, em que ganha o time que fizer 50 pontos primeiro. Os famosos “kill streaks”, que liberam assistências em batalha conforme você elimina inimigos, estão presentes em toda a sua glória. Com relação aos mapas, a Timi fez uma seleção de clássicos da série, como o adorado “Nuketown” de “Call of Duty: Black Ops 2”. A exemplo de outros títulos mobile, as primeiras partidas serão bem fáceis graças aos bots, ótimos para treinar. Mas com a liberação das rankeadas, prepare-se para encarar o verdadeiro desafio contra outros jogadores reais. Há um sistema de temporadas que manterá os players ocupados por muito tempo.
Avançando ao nível 7, o modo “Battle Royale” é desbloqueado. Inspirado diretamente na versão de “Black Ops 4”, aqui você compete contra outros 100 jogadores em solo, dupla ou esquadrão com até 4 integrantes em um enorme mapa. Existem diferentes classes a serem escolhidas, cada qual com sua habilidade especial — o “ninja”, por exemplo, pode usar um cordão que se prende adversários ou elementos do cenário. No mais, funciona como qualquer outro game do estilo: com o tempo, a área segura do mapa vai ficando reduzida e vence o jogador, ou equipe, que sobreviver.
Para quem não está acostumado com jogos mobile, os controles serão o maior desafio. Entretanto, a Timi fez um excelente trabalho com os ícones virtuais, criando uma interface acessível e responsiva. Quem não quiser quebrar muito a cabeça pode ativar o “modo simples”, em que o tiro é automático. Mas se a sua preferência fica por ter controle de todas as suas ações, o “modo avançado” lhe dará mais liberdade.
A customização é outro ponto alto. As opções estéticas variam desde o decalque das armas à aparência do personagem. Muito mais complexo, a configuração das armas permite encaixar diversos apetrechos (até 4) que afetam diretamente na performance, avaliada em vários quesitos como frequência de tiro, dano, mobilidade e mais. Tudo isto é desbloqueado através de um sistema de progressão por níveis ou em caixas, obtidas também através de propagandas que podem ser assistidas a cada 10 minutos. Felizmente, não existe qualquer sistema abusivo como barras de energia ou timers insanos: você pode jogar Call of Duty Mobile pelo tempo que quiser.
A maior preocupação, entretanto, acaba ficando com possíveis mecânicas “pague para ganhar”. Call of Duty Mobile possui dois tipos de moeda, os COD Points e Créditos. Ambos são usados na loja para adquirir itens cosméticos, pontos de experiência para armas e o “battle pass”, um passe que te premia constantemente com conteúdos do jogo. Você ainda pode evoluir seu tier para recompensas cada vez melhores através de missões diárias e semanais. De um modo geral, a oferta é justa e tudo pode ser habilitado jogando. Sim, os preços não são exatamente os mais baratos (o mais caro custa mais de 300 reais), mas em nenhum momento me senti obrigado a investir qualquer centavo. Nunca se sabe o futuro, afinal este é o tipo de jogo que será alimentado por diversas atualizações, mas em seu estado atual, é um game extremamente justo.
E você, o que está achando do game? Não esqueça de compartilhar sua opinião no campo de comentários.
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